Dando continuidade, a agricultura brasileira está seguindo os passos mundiais. Cada vez mais conscientes sobre a importância da sustentabilidade e seus três pilares – social, ambiental e econômico – além da qualidade dos produtos, os consumidores passam hoje a reivindicar e exigir práticas muito mais responsáveis em toda a cadeia produtiva.
Aqui no Brasil, podemos dizer que estão se mexendo para que possamos continuar com a nossa produção de maneira adequada e sustentável.
Até dez anos atrás, terminais portuários de cidades como Itaituba, Santarém e Barcarena (PA), Santana (AP), Itacoatiara (AM) e Porto Velho (RO) eram tratados como “experiências” logísticas pela maior parte dos produtores de Mato Grosso, dada a precariedade – ou mesmo a inexistência – da infraestrutura de acesso aos terminais.
Os portos de Santos e Paranaguá eram responsáveis por mais da metade da safra exportada. Com essa logística, além de deixar a produção mais cara devido às distâncias maiores, e contarem basicamente com o transporte rodoviário, que além de ser mais custoso, gera muito mais danos ao meio ambiente.
ADM Santos https://wingsltda.com.br/pt/projetos-clientes-moegas-despoeiramento-meio-ambiente-2/adm-santos-sp/
Cargill Paranaguá https://wingsltda.com.br/pt/projetos-clientes-moegas-despoeiramento-meio-ambiente-2/cargill-paranagua-pr/
Em 2010 a Antac (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) registrou que a movimentação nos portos Arco Norte, correspondiam somente a 23% do total da produção nacional de milho e soja. Em 2015 já houve um aumento para 31%, chegando a 50% no ano passado.
Caramuru Santana – AP https://wingsltda.com.br/projetos-clientes-moegas-despoeiramento-meio-ambiente-2/caramuru-alimentos-santana-ap/
Cargill Porto Velho – RO https://wingsltda.com.br/pt/projetos-clientes-moegas-despoeiramento-meio-ambiente-2/cargill-porto-velho-ro/
Não é difícil entender por que o mapa logístico do agronegócio ainda não entrou de cabeça em processos mais sustentáveis e menos onerosos. Na última década, após sucessivos atrasos, o governo federal conseguiu, finalmente, dar condições razoáveis de trafegabilidade à BR-163, estrada que sai do Mato Grosso e segue até o Pará, onde passou a se ligar com a hidrovia do rio Tapajós. Melhorias também foram feitas na BR-364, que segue até Rondônia, para se conectar à hidrovia do Rio Madeira.
A partir dessas duas rotas que unem estrada e rios, a produção passou a acessar os terminais portuários amazônicos. O que mais pesou, porém, foram os aportes da iniciativa privada, que tratou de pôr dinheiro em estruturas de armazenamento, transporte e transbordo de grãos. O resultado foi imediato: redução da distância e do custo do transporte.
É o que mostram os dados medidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão ligado ao Ministério da Agricultura. Hoje, o produtor que embarca a sua carga em um caminhão em Sorriso (MT), por exemplo, e despacha para o porto de Santos, tem que fazer uma viagem de 2.171 km de extensão e pagar R$ 300 por tonelada de grão transportada. Ele pode até dividir esse percurso com o uso de uma ferrovia, a partir de Rondonópolis (MT), mas não verá o preço de seu frete mudar quase nada.
Agora, se este mesmo produtor de Sorriso escolhe como destino o terminal portuário erguido em Miritituba, no município de Itaituba, no Pará, verá a sua distância encolher para 1.017 km até chegar à hidrovia do Tapajós, com um preço de R$ 160 por tonelada. É praticamente metade do preço e da distância. A partir de Miritituba, a produção entra em barcaças e, pela hidrovia, ao porto de Vila do Conde (PA) para, então, ganhar o mundo.
Com mais alternativas de escoamento, o preço do frete caiu de forma geral. E podemos dizer que, fora essa economia no valor do frete, boa parte do transporte é hidroviário e ferroviário, o que reduz significativamente a emissão de poluição durante esta etapa do processo.
Não perca nosso próximo post, onde pontuaremos os benefícios da boa prática agrícola.
Muuto legal. Não sabia!
Isto nos torna bem mais competitivos.